terça-feira, 23 de agosto de 2011

Pegue um frasco, colha nosso trecho e vá até a penseira. Reflita sobre as boas lembranças dessa saga mágica.

  [...] - Rony! Café da manhã.
  - Não estou com fome.
  Harry encarou-o.
  - Achei que você tinha acabado de dizer...?
  - Bem, tudo bem, eu desço com você - suspirou Rony -, mas não quero comer.
  Harry examinou-o desconfiado.
  - Você acabou de comer metade de uma caixa de caldeirões de chocolate, não foi?
  - Não é isso - Rony tornou a suspirar - Você... não entenderia.
  - Então tá... - respondeu Harry, embora intrigado, virando-se para abrir a porta.
  - Harry! - Rony chamou de repente.
  - Quê?
  - Harry, não consigo suportar!
  - Não consegue suportar o quê? - indagou Harry, agora decididamente começando a se assustar. Rony estava muito pálido como se fosse enjoar.
  - Nâo consigo parar de pensar nela! - respondeu ele rouco.
  Harry olhou-o boquiaberto. Não esperava uma coisa dessas e não estava muito seguro de que queria ouvi-la. Eram amigos, mas se Rony começasse a chamar Lilá de "Lá-lá", ele teria de resisitir com firmeza.
  - E em que isso impede você de tomar café? - perguntou Harry, tentando introduzir uma dose de bom senso na negociação.
  - Acho que ela não sabe que eu existo - respondeu o amigo com um gesto desesperado.
  - Decididamente, ela sabe que você existe - replicou Harry, espantado. - Ela não pára de agarrar você, não é?
  Rony abriu e fechou os olhos.
  - De quem é que você está falando?
  - De quem é que 
você
está falando? - perguntou Harry, com a sensação crescente de que a conversa deixara de ser racional.
  - Romilda Vane - respondeu Rony baixinho, e todo o seu rosto pareceu iluminar ao dizer este nome, como se um puríssimo raio de Sol o tivesse atingido.
 Os dois se encararam por quase um minuto e, por fim, Harry falou:
  - Isto é uma brincadeira, certo? Você está brincando.
  - Acho... Harry, acho que estou apaixonado por ela - disse Rony com a voz estrangulada.
  - O.k. - concordou Harry, aproximando=-se de Rony para examinar melhor os seus olhos vidrados e o rosto pálido.
  - Amo a Romilda - repetiu Rony de um fôlego - Você notou os cabelos dela, são negros e brilhantes e macios... e os olhos? Aqueles olhos enormes, negros? E...
  - É muito engraçado e tudo mais - disse Harry impaciente -, mas chega de brincadeira, tá? Acabou. [...]


Harry Potter e o enigma do Príncipe, Surpresas de Aniversário, páginas 307 e 308.

 

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